
Solidão é uma triste senhora
Sentada numa cadeira de balanço
No canto de um aposento
Vazio, frio, empoeirado
Estéril, pálido
Solidão é coberta de rugas
Tem a pele frágil
Vive num mundo
Sem som or dom
A monotonia e a amargura
São da Solidão companheiras
Mas uma não faz diferença
Na vida da outra
Porque elas não se completam
Vivem imersas no próprio vazio
Solidão é um ser sem luz
As cordas vocais
Tem a ânsia do ecoar
Mas enferrujaram-se
Ecoar o que?
Para quem?
Num mundo de ninguém!
É um mundo de cegos, surdos, mudos
O silêncio é a mais excruciante das dores
A senhora Solidão
Vive naufragada em lágrimas
Em memórias de outrora
Fruto da imaginação
De um ser que vive
Crônica inanição
A Solidão pode gerar ódio e inveja
Todo o tipo de dissabor
Pode levar à loucura
Pensamentos suicidas
De um alma vazia
Em desespero
A Solidão vive
Nas tonalidades de cinza
Os dias são cópias inalteradas
A Solidão descansa
Esperando a morte
A maior de todas as libertações
Para a senhora Solidão
A vida é escravidão
A morte única redenção
Todo o resto é desolação ....
(Simone)
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