A casa protegeu-me
Deu-me as boas vindas
E adeuses com as portas abertas
A casa empoeirava-se
Precisava de cuidado
E cuidada ela era puro aconchego
A casa foi abrigo nos dias frios
Nos chuvosos
Escudo de relâmpagos
Morada das saudades
Testemunha ocular
Das metamorfoses familiares
Estremeceu com os desentendimentos
E sorriu aliviada com as reconciliações
Amiga das horas certas e incertas
Ela estava sempre lá
Firme e forte
Mesmo quando envelheceu parecia ainda determinada a ser lar
Também foi morada dos animais domésticos
Viu ninhadas nascerem
E multiplicarem-se ao longo dos anos
Os animais não gostavam só da gente, mas da casa também
Ela foi amiga deles
A casa tem uma morada em mim
Ela ainda é o meu lar doce lar
Nas memórias que deixou-me
Marcou-me o coração e a alma
(Simone)